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domingo, 16 de agosto de 2009

E.1.O EXPANSIONISMO EUROPEU: RESUMO

Resumo sobre Expansão Marítima - Tópicos

1. Conceito
* Também chamada de Grandes Navegações , foi um movimento que ocorreu na Europa, a partir do séc. XV, quando países europeus – liderados por Portugal e Espanha – lançaram-se na conquista dos mares.

2. Causas
* Catequese : a Igreja Católica desejava conquistar novos fiéis para compensar as perdas na Europa.
* Tecnologias: alguns inventos, como bússola , astrolábio e a caravela tornavam as viagens mais seguras.
* Especiarias : temperos como canela, cravo e pimenta-do-reino custavam caro na Europa e foram uma das principais causas da expansão marítima.

3. Rotas das especiarias
* As rotas mais conhecidas para buscar especiarias eram a rota por terra ou via Mar Mediterrâneo .
* A rota por terra era dominada, geralmente, pelos árabes. Além disso, o percurso era muito grande, o que desestimulava a burguesia.
* A rota pelo Mar Mediterrâneo era dominada pelos italianos – especialmente de Gênova e Veneza.
* Cabia aos portugueses buscar uma rota alternativa. A escolha foi o Oceano Atlântico .

4. Riscos (imaginários) de navegação
* Navegar no Oceano Atlântico não era tarefa fácil.
* Este oceano era conhecido como Mar Tenebroso, pois havia a idéia de que era habitado por monstros marinhos .
* Além disso, acreditava-se na idéia – difundida pela igreja – da Terra Plana .
* Assim, em determinado ponto da viagem, as embarcações seriam atacadas por monstros ou cairiam em um abismo sem fim.

5. Riscos (reais) de navegação
* Além das crenças e superstições da época, os navegadores enfrentavam outras ameaças.
* Problemas como fome, sede, doenças, tédio e tempestades ofereciam perigos reais.
* Desta forma, das embarcações que partiam, poucas retornavam.

6. (Alguns) navegadores portugueses
* Bartolomeu Dias : chegou ao sul da África em 1488, no local denominado Cabo das Tormentas. Este local foi, futuramente, denominado Cabo da Boa Esperança.
* Vasco da Gama : primeiro navegador a atingir a Índia, em 1498. Trouxe um grande carregamento de especiarias.
* Pedro Álvares Cabral : veio ao Brasil, em 1500, antes de seguir até a Índia. A idéia predominante hoje é que esta vinda ao Brasil foi intencional.

7. (Alguns) navegadores espanhóis
* Cristóvão Colombo : era genôves, mas navegou em nome da coroa espanhola. Propôs a chegada na Índia navegando em sentido Oeste, mas acabou alcançando a América, em 1492.
* Fernão de Magalhães : comandou a expedição que efetuou a primeira circunavegação do planeta, partindo em 1519.
* Hernán Cortés : conquistou o Império Asteca, em 1519, no atual México.
* A Espanha entrou atrasada em relação à Portugal na conquista dos mares, pois estava expulsando os mulçumanos de seu território, na chamada Reconquista .

8. A divisão do mundo...
* Para dividir as terras conquistadas (Novo Mundo) entre Portugal e Espanha, foram criados dois documentos:
* Bula Intercoetera : foi assinada em 1493, pelo papa Alexandre VI, e dividia as novas terras através de um meridiano situado a 100 léguas da ilha de Cabo Verde. Portugal não se beneficiava com esta divisão, e exigiu um novo documento.
* Tratado de Tordesilhas : foi assinado em 1494, por pressões de Portugal. Estabelecia um meridiano situado a 370 léguas a partir da ilha de Cabo Verde.
* Estes documentos foram questionados por outros países europeus que não participaram desta divisão.

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E.1. O Expansionismo Europeu: PRODUTOS ORIENTAIS

OS PRODUTOS QUE VINHAM DO ORIENTE
PLANTAS

PIMENTA: Uma planta espontânea que existia na costa do Malabar, em Malaca e noutras zonas do Índico. Destinava-se a temperar e conservar os alimentos e era utilizada na preparação de medicamentos
CRAVINHO: Flor de uma árvore semelhante ao loureiro que crescia espontaneamente nas ilhas Molucas
NOZ-MOSCADA: Cultivava-se nas ilhas de Banda, na Malásia. Utilizava-se como tempero e para preparar medicamentos.
CANELA: Casca de uma planta espontânea nas ilhas de Ceilão e Java e na costa do Malabar. Utilizava-se como tempero e produto de farmácia.

ANIMAIS
ALGÁLIA:
Era um produto extraído de um animal semelhante ao gato que vivia em toda a Índia. Servia para preparar medicamentos e perfumes.
ALMÍSCAR: Era um produto extraído da pele de uns animais semelhantes ao cabrito que habitavam o Tibete e a China. Servia para perfume e farmácia.
OUTROS PRODUTOS
Do Oriente vinham também pérolas minúsculas a que se dá o nome de aljôfar. Eram pescadas no mar Vermelho, no Golfo Pérsico e na costa da Pescaria que fica a sul da Índia. Vinham , ainda pérolas grandes, pedras preciosas, sedas e porcelanas da China.

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E.1. O Expansionismo europeu: CRISTOVÃO COLOMBO E A DESCOBERTA DA AMÉRICA

CRISTOVÃO COLOMBO
Local de nascimento:Génova, Itália
Data de morte:20-5-1506
Local de morte:Valladolid, Espanha


Um mapa do florentino Toscanelli sugeria ao genovês, Colombo, a possibilidade de atingir as Índias pelo Ocidente. Acreditando nessa avaliação, apresentou seu projeto ao rei de Portugal, que lhe negou apoio. Foi então em busca da Espanha, e após insistentes solicitações, conseguiu o patrocínio de Fernando de Aragão e Isabel de Castela.
A expedição partiu rumo ao oeste, sob o comando de Colombo. Após 61 dias de navegação e uma escala nas Canárias, atingiram a ilha de Guanaani (San Salvador) nas Bahamas e, em seguida, Cuba e São Domingos. Cristóvão Colombo descobrira um novo continente, mas não se apercebera disso; acreditava ter chegado às Índias.
Os reis católicos de Castela e Aragão finalmente compreendem que é necessário encontrar outras rotas marítimas em direcção ao oeste para alcançar directamente as índias, já que a rota pelo Oriente é muito instável.
O navegador genovês havia lido o Livro das Maravilhas do viajante italiano Marco Pólo, que alcançara a China por via terrestre. Sabendo que a terra era redonda, ele acreditava chegar lá seguindo para o oeste, enfrentando o oceano.
Ele dispunha de um grande trunfo, a caravela. A revolução tecnológica precede e torna possível a conquista. A caravela é um navio de alto bordo, manejável, forte, ágil, de bom e sólido velame.
Depois de ter sofrido a recusa do rei de Portugal e de ter esperado por oito anos a decisão da rainha da Espanha Isabel, a Católica, Colombo conseguiu convencer a soberana sobre a possibilidade de uma viagem de exploração somente pelo oeste. Sabe-se que nos Açores os troncos de árvores trazidos pela correnteza comprovam a presença de terra a oeste.
Colombo se lança ao mar com os dois irmãos Pinzon e com as três caravelas Nina, Pinta e Santa Maria. Elas partem de Paios, na Andaluzia. São dois meses de navegação.
Em 12 de outubro de 1492, grita-se terra à vista do alto do tombadilho. Ouro, pedras preciosas? Nada disso, índios nus, plantas tropicais.
Nem pimenta, nem especiarias. Uma viagem a troco de nada? Colombo pensa que está no Japão. Ele está nas Bahamas, depois em São Salvador. Após em Cuba e no Haiti. Ele explora as ilhas mas não sabe onde se encontra.
Em 1493, uma segunda viagem permite que ele traga para a Espanha 500 índios sobre quem se perguntam se eles são possuidores de uma alma. Os espanhóis decidem convertê-los.
Em 1498, uma terceira viagem. A terra firme é novamente avistada, desta vez na embocadura do Orenoco. Colombo acredita que está na China.
Em 1502 uma quarta viagem, na qual a tripulação descobre a América Central, sem perceber que se trata de um continente.
Colombo morre, em 1506, sem saber que descobriu a América à qual um outro navegador, Américo Vespúcio, dará seu nome.


Américo Vespúcio (1454-1512)
O nome da América é uma homenagem ao mercador e navegador italiano Américo Vespúcio, primeiro a constatar que as recém-descobertas terras do Novo Mundo constituíam um continente e não parte da Ásia. Vespúcio, nasceu em Florença em 1454.

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E.1. O Expansionismo Europeu: TRATADO DE TORDESILHAS

Tratado assinado, em 1494, entre representantes da Coroa portuguesa e da Coroa espanhola em Tordesilhas (perto de Valladolid), e ratificado pelos respectivos reis (D. Fernando e D. Isabel de Castela e D. João II de Portugal).
O tratado pretendia, de forma geral, delimitar as áreas de influência dos reinos ibéricos na expansão ultramarina. Já anteriormente, o tratado de Alcáçovas (1479) e uma série de bulas papais tinham imposto uma demarcação dos direitos sobre os novos territórios descobertos, sendo as bulas geralmente favoráveis aos reis católicos. Os progressos na expansão - nomeadamente a passagem do cabo da Boa Esperança (1488) e a chegada de Colombo à América (1492) - vieram tornar mais prementes os interesses portugueses e espanhóis: D. João II pretendia, nomeadamente, assegurar para Portugal o domínio da rota do cabo, que lhe permitiria chegar à Índia pelo caminho que, assim o pensara, era o mais curto. Pelo tratado de Tordesilhas se definiu, pois, o domínio político, militar e comercial sobre os novos territórios e o equilíbrio das relações diplomáticas dos dois reinos.
De entre as resoluções então tomadas, a mais célebre e mais importante foi a da delimitação, através de um meridiano traçado a 370 léguas a oeste de Cabo Verde, das zonas de influência dos países ibéricos, cabendo a Portugal o hemisfério oriental e, a Espanha, o ocidental. Garantia-se aos navegadores espanhóis o direito de passagem para oeste e definia-se a repartição dos territórios que viessem a ser atingidos por Colombo, que então realizava a sua segunda viagem. Ambos os reinos se comprometiam a não recorrer ao papa com o intuito de alterar estas disposições, o que, a par da salvaguarda da rota do cabo, constituiu uma vitória para a diplomacia portuguesa.
Na prática, esta divisão do mundo foi limitada pelos interesses de outras nações europeias e pelas dificuldades científicas de traçar rigorosamente o meridiano definido. A longo prazo, no entanto, acabou por garantir a Portugal a posse do Brasil, cabendo a Espanha a maior parte do continente americano. O tratado de Tordesilhas acabou por ser anulado em finais do século XVIII.

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E.1. O Expansionismo europeu

A afirmação do expansionismo europeu.
Os impérios peninsulares
Os portugueses na África Negra

• Na colonização dos arquipélagos portugueses de África (Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe) foi utilizado o sistema de capitanias.
• No litoral africano, em locais estratégicos, os Portugueses fundaram feitorias para melhor desenvolverem as suas actividades mercantis.
• As relações com reis africanos começaram geralmente por ser amistosas. Comércio dos escravos, ouro, marfim e especiarias.
Espanhóis e Portugueses na América: o domínio das civilizações ameríndias
• Os espanhóis organizaram um vasto império nas Américas, destruindo algumas brilhantes civilizações.
• Começando por carregar para Espanha o ouro e a prata retirados dos impérios conquistados, acabavam por criar colónias de plantação.
• Nas Américas, onde a Igreja teve um papel importante na defesa dos Índios, os Espanhóis criaram uma civilização original, dominada pela sua língua, mas com raízes na cultura ameríndia.
• Portugal só a partir de 1530, com D. João III, começou a interessar-se pela colonização do imenso território do Brasil dividindo-o em capitanias.
• A criação de um governo geral (1549) permitiu o desenvolvimento da colonização que, nos primeiros tempos, teve na exploração da cana de açúcar a sua grande riqueza.
• A produção açucareira, que exigia grande quantidade de mão-de-obra, levou á necessidade de procurar escravos africanos.
O comércio intercontinental: Rotas e mercadorias
• A expansão marítima, ao aproximar os continentes e ao melhorar a resistência e segurança dos barcos, ampliou as trocas comerciais.
• O Atlântico destronou a importância do Mediterrâneo
• Lisboa e Sevilha tornaram-se os grandes portos do comércio ultramarino. Na 2ª metade do século XVI, os portos de Antuérpia , Amesterdão e Londres passariam a ser os grandes centros do comércio mundial.
• Desenvolveram-se as rotas:
- do Cabo
-do Atlântico
-de Manila
Repercussões da Expansão
Económicas:
• Atlântico- Centro de comércio europeu
• Comércio à escala mundial
Sociais
• Desenvolvimento da burguesia
• Aumento do tráfico negreiro
Demográficas
• Aumento da emigração
• Miscigenação
Culturais
• Algumas línguas europeias como o inglês, o francês, o castelhano e o português assumiram uma projecção universal
• A ciência avançou, a autoridade e o saber livresco, tão característicos da cultura europeia, viram muitos dos seus fundamentos ultrapassados.
• A arte reflectiu a mistura de elementos europeus e indígenas.

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E.1. O Expansionismo europeu: A CARREIRA DA ÍNDIA

DESCOBRIMENTOS: A EXPANSÃO PORTUGUESA
A CARREIRA DA ÍNDIA
Nos grandes navios de quatro mastros que em 1514 navegavam regularmente para a Índia surgiram pois muitas inovações técnicas. Por volta de 1500, os portugueses inventaram os turcos de ferro para manobra das âncoras. A partir de 1520 as popas passaram de redondas a quadradas, permitindo abrir portinholas para os guarda-lemes. Três anos depois surgiram as naus de costado liso a substituir o tradicional trincado, menos resistente. Os portugueses utilizaram pela primeira vez os pregos de ferro no fabrico das caravelas e naus e daí a possibilidade de fazerem costados lisos.
O tamanho das naus não parou de aumentar; dos 120 tonéis da “S. Gabriel” chegou-se à nau de mais de 2 mil toneladas e 110 peças, já no fim do Século XVIII. As últimas naus do tempo de D. Manuel I deslocavam 400 toneladas e atingiram as 900 toneladas durante o reinado de D. João III. Todavia, a ineficácia das naus excessivamente grandes era reconhecida, pelo que o Regimento de 1570,determinado por D. Sebastião, proibia naus da carreira da Índia com mais de 400 toneladas. Para iludir o regimento elevava-se os castelos da popa e da proa.
A nau típica da Carreira e das armadas de Albuquerque era em geral de 400 toneladas. Antes do aparecimento dessa maravilha bélico-naval que foi o galeão português, as naus acompanhadas de algumas caravelas fundaram o primeiro império europeu na Ásia. A guarnição tradicional de uma nau de 400 toneladas oscilava entre as 120 e as 168 almas, contando-se obrigatoriamente um capitão, um escrivão, dois pilotos, mestre de manobra das velas, contramestre, guardião, capelão, carpinteiro, calafate, tanoeiro, barbeiro que servia de cirurgião, meirinho, cozinheiro, dispenseiro e vários soldados e bombardeiros, além de marinheiros e grumetes.
A Nau de 550 a 800 tonéis é típica dos Séculos XVI e XVII. Tal como as suas antecessoras apresentava três cobertas, pelo menos. Na primeira jogava a artilharia; à ré localizava-se a tolda do capitão e os camarotes com janelas e, por vezes, varandins. Na segunda coberta ficavam os lugares (mais tardes denominados beliches) da tripulação; na terceira estavam os paióis da pimenta e à popa os das drogas – escreveu Oliveira Martins em “Portugal nos Mares”.
À popa e à proa erguiam-se castelos artilhados com peças de menor calibre fundamentalmente anti-pessoal como os “berços” e os “falcões” com a particularidade de serem carregadas pela culatra, utilizando uma câmara móvel que lhe conferia um excelente ritmo de fogo acompanhado pela produção de muito fumo, pelo que estavam instaladas no exterior em especial nas balaustradas dos encastelamentos numa espécie de forquilha que permitia uma grande manobralidade e arco de fogo, disparando pelouros de pedra, revestidos ou não de chumbo ou de ferro. De algum modo foram os antecessores de todas as armas modernas de fogo. Acrescente-se que os grandes canhões ou reparos das cobertas não permitiam fazer pontaria; a manobra do próprio navio é que servia para apontar reparos de duas rodas grandes cujo recuo era sustido por um forte sistema de cabos. A batalha era sempre travada com os navios em paralelo a dispararem uns contra os outros a distâncias um pouco superiores a 100 metros.
A vantagem dos portugueses no primeiro Século do Império relativamente aos navios de todos os outros países e nos seguintes relativamente às armadas de Oman, Cambraia, etc. consistia na excelência da construção. Os portugueses foram os primeiros a utilizarem pregos para pregarem o tabuado do casco, enquanto o Norte da Europa utilizava cavilhas de madeira em tábua sobrepostas. Também a calafetagem portuguesa era de grande qualidade; as naus da Flandres usam uma só estopa e mal conseguiam chegar a Lisboa sem terem de ser carenadas e calafetadas de novo, enquanto as portugueses aguentavam bem os mais de seis meses de viagem até Cochim ou Goa, pois os portugueses e espanhóis foram os primeiros a utilizar chumbo nas costuras das naus e aplicavam, além da estopa, a pasta “galagala” constituída por cal virgem, estopa amassadas com azeite o que dava um betume que revestia o interior do forrado de duas tábuas. Uma espécie do pladur dos nossos dias. Além disso, os mestre portugueses cobriam o costado de breu ou alcatrão. Para o obter queimavam-se pinheiros em fornos semelhantes aos da cal, deixando-se escorrer a resina para um depósito colocado no fundo do forno, um fosso onde era carbonizada a madeira. Ao resíduo pastoso obtido chamavam alcatrão que depois costumava ser cozido com vinagre coalhado que adquiria o nome de breu. As opiniões variavam entre o que era melhor, o alcatrão ou o breu, mas eram estas pastas impermeabilizadoras que davam a tonalidade negra às naus lusitanas. Claro, o melhor breu provinha da Alemanha ou do norte de Espanha, sendo o da Biscaia. Os pinheiros alemães davam a melhor resina para o efeito, mas os alemães quase não faziam naus. Segundo a historiadora Leonor Freire Costa, entre 1498 e 1505, Lisboa importou 4.778 barris de alcatrão e breu.
As naus portuguesas era calafetadas com estopa de linho ou cânhamo que, segundo o Padre Manuel de Oliveira, incha bem com a água e absorve o sebo. Os velhos cabos das naus regressadas das Índias eram frequentemente desfiados em casa por mulheres pobres de Lisboa para fazer estopa.
Nas naus portuguesas, e não só, o lugar do capitão era o chapitéu e o grito de combate: “Jesus! S. Tomé!Ave-Maria!.
Sob a coberta, junto ao paiol estava o capitão de fogo a distribuir a pólvora que tirava às gamelas ou ensacada dos caldeirões defendidos do lume por colchas e cobertores molhados.
De 1497 a 1612, o Estado português armou para a Índia 806 naus, - diz-nos ainda Oliveira Martins. Desses navios, regressaram 425, arribaram 20, perderam-se 66, foram tomadas pelo inimigo 4, queimaram-se 6 e ficaram na Índia 285. Portanto, só cerca de 10% é que se perderam verdadeiramente, sem contar com as que ficaram na Índia e que tiveram destinos diversos, principalmente nos combates travados. As naus podiam com ventos muito favoráveis atingir velocidades de 8 a 10 nós, mas em média uma Armada da Índia fazia todo o percurso a uma média de 2,5 nós durante seis meses ou mais.
Os portugueses eram, sem dúvida, os melhores construtores de naus nos Século XVI e XVII, tendo algumas delas chegado a dobrar o Cão da Boa Esperança dezenas de vezes ao longo de vinte e cinco anos como aconteceu com a célebre “Chagas” que levou ao Índico quatro vice-reis. As “Décadas” de Diogo de Couto contam muitas das suas proezas, mas com muito exagero pois chga a falar em duzentas voltas pelo Cabo, o que só seria possível em mais de um Século de vida da nau.
Na realidade, o tempo de vida médio das naus do Século XVII variava entre três ou quatro anos. As primeiras naus duraram mais como a “Circe” e a “Flor de La Mar”, já descrita neste blog.
O verdadeiro declínio na construção das naus verificou-se com a perda da independência com a dinastia dos Habsburgos que privatizaram a carreira da Índia com a formação da “Companhia das Índias”. Em 1631, a referida companhia despachou para a ìndia as naus “N. Senhora de Belém” e “N. Senhora do Rosário” tão mal construídas que não conseguiram dobrar o Cabo da Boa Esperança. “Os interesses privados não eram capazes de prover as naus com mantimentos suficientes, nem sequer equipamento náutico”, queixou-se então amarguradamente o almirante António de Saldanha. Em 16636, a Companhia das Índias fechava por falência.

Publicado por Dieter Dellinger na REVISTA DE MARINHA Nr. 789 de Março de 1986.

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E.1. O Expansionismo Europeu: CARAVELA

A caravela foi uma embarcação usada e inventada pelos portugueses e também usada pelos espanhóis durante a Era dos Descobrimentos, nos séculos XV e XVI. Segundo alguns historiadores, o vocábulo é de origem árabe carib (embarcação de porte médio e de velas triangulares — velame latino). De acordo com outros, no entanto, a palavra seria derivada de carvalho, a madeira usada para construir as embarcações. A caravela foi inventada durante os séculos XV e XVI. Os Turcos dominaram e invadiram a cidade de Constantinopla. Com isso provocou crise económica e falta de especiarias como por exemplo: pimenta, azeite, vinagre e etc. Na caravela tinham no mínimo 40 homens e 4 tripulantes. O máximo de metros era de 30 metros de altura e largura. A caravela é uma embarcação rápida, de fácil manobra, apto para a bolina, de proporções modestas e que, em caso de necessidade, podia ser movido a remos. Eram navios de pequeno porte, de três mastros, um único convés e ponte sobrelevada na popa; deslocavam 50 toneladas. As velas «latinas» (triangulares) eram duas vezes maiores que as das naus, o que lhes permitia ziguezaguear contra o vento e, consequentemente, explorar zonas cujo regime dos ventos era desconhecido. Apetrechada com artilharia, a caravela transformou-se mais tarde em navio mercante para o transporte de homens e mercadorias.
Gil Eanes utilizou um barco de vela redonda, mas seria numa caravela (tipo carraca) que Bartolomeu Dias dobraria o Cabo da Boa Esperança, em 1488. É de salientar que a caravela é uma invenção portuguesa, em conjunto com os conhecimentos que haviam adquirido dos árabes ou muçulmanos.
Se bem que a caravela latina se revelou muito eficiente quando utilizada em mares de ventos inconstantes, como o Mediterrâneo, devido às suas velas triangulares, com as viagens às Índias, com ventos mais calmos, tal não era uma vantagem, já que se mostrava mais lenta que na variação de velas redondas. A necessidade de maior tripulação, armamentos, espaço para mercadorias fê-la ser substituída por navios mais potentes.

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E.1. O Expansionismo Europeu: INÍCIO DA EXPANSÃO PORTUGUESA: A CONQUISTA DE CEUTA

Assinada a paz com Castela, em 1411, D. João I procurou resolver os problemas do reino que estava pobre.
As conquistas no Norte de África surgiram como uma solução: agradavam à nobreza que procura a guerra como forma de obter honra, glória, novos cargos e títulos; agradavam ao clero pois era uma forma de combater os Mouros, inimigos da religião cristã; agradavam à burguesia pois assim poderia controlar a entrada do Mar Mediterrâneo e o comércio de escravos, ouro, especiarias e cereais.
Assim, em 1415, uma poderosa armada preparada por D. João I tomou a cidade de Ceuta: 33 galés, 27 trirremes, 32 birremes e 120 outros barcos, onde se amontoaram 50 mil soldados - todos "cruzados" (ou seja, com cruzes de tecido coladas aos uniformes, já que partiam para uma guerra santa).
O comando da armada foi entregue aos filhos do rei D. João I, entre os quais o infante D. Henrique. Na manhã de 14 de agosto de 1415, com Ceuta desprotegida - por um inexplicável desleixo do soberano Sala-bin-Sala -, os lusos invadiram a cidade como uma horda de bárbaros. Mataram milhares de mouros, saqueando tudo o que podiam encontrar, destruindo lojas, bazares, mesquitas e o palácio do governante. Depois de dez horas de batalha desigual, contra adversários desarmados, os portugueses tornaram-se senhores de Ceuta.

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E.1. O Expansionismo Europeu: Instrumentos náuticos de orientação

A ORIENTAÇÃO
As rotas mais favoráveis foram identificadas desde a viagem de Vasco da Gama. Para poderem procurá-las os marinheiros tinham que se orientar, e faziam-no utilizando os seguintes instrumentos:


BÚSSOLA


ASTROLÁBIO


QUADRANTE;

Depois do contacto com os navegadores árabes que circulavam no Índico passaram a usar também a
BALESTILHA

A representação da Terra
Além dos instrumentos, utilizavam não só CARTAS (mapas) onde as rotas vinham assinaladas como o conhecimento dos pilotos, cuja intuição e experiência eram indispensáveis a bordo. De início havia pilotos excelentes no Atlântico mas com dificuldades de se orientarem no Índico.
Com o decorrer do tempo acabaram por surgir grandes pilotos para todo o percurso da carreira da Índia.
À medida que os Descobrimentos avançaram foi possível fazer mapas cada vez mais próximos da realidade. Em Portugal surgiram verdadeiros especialistas em náutica e cartografia, que eram procurados a peso de ouro por toda a Europa. Notabilizaram-se neste campo as famílias Reinel, Homem, Teixeira e outras.
O primeiro planisfério hoje conhecido deve-se a um cartógrafo português anónimo. Este planisfério é conhecido como Planisfério de Cantino.
Os mapas e atlas portugueses do século XVI são dignos de nota não só pelo progressivo rigor científico como pelas magníficas ilustrações e iluminuras, que os transformam em autênticas obras de arte.

ROSA-DOS-VENTOS

Em todos os mapas figura a rosa-dos-ventos. Os Portugueses representaram-na com desenhos lindíssimos e incluíram algumas inovações que vieram a tornar-se um hábito em toda a parte, como por exemplo, a flor-de-lis para indicar o norte e a cruz de Cristo para indicar o oriente.

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E.1. O Expansionismo Europeu: Esquema conceptual

ESQUEMA CONCEPTUAL
No século XV a Europa inicia um processo de abertura ao mundo, através da expansão marítima. Nesse processo a prioridade coube aos países ibéricos (primeiro Portugal e depois Espanha), que no decurso dos séculos XV e XVI, dominaram as rotas do comércio marítimo e controlam a economia mundial. A abertura de novos espaços proporcionou, por sua vez, a introdução de novos valores e atitudes na sociedade e mentalidades europeias.

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