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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

SUBTEMA F.3. A CULTURA E O ILUMINISMO EM PORTUGAL FACE À EUROPA: VOLTAIRE

Filósofo e escritor francês
Voltaire
21/11/1694, Paris, França
30/05/1778, Paris, França
Voltaire

François Marie Arouet, que se tornou conhecido como Voltaire, nasceu em uma família rica e aristocrática. Sua mãe morreu depois do parto. François Marie tinha a saúde fraca. Estudou em um colégio jesuíta, onde aprendeu dialética e teologia. Quando jovem, seu padrinho o introduziu numa vida desregrada entre poetas e cortesãs. Seu pai acabou por mandá-lo para a casa de um parente, que continuou a lhe dar liberdade.
Arranjou também que ele se tornasse pajem do marquês de Châteauneut. François Marie partiu com esse embaixador para Haia, na Holanda e lá conheceu Olympe Runoyer, ou Pimpette, por quem se apaixonou. Descoberto o romance, foi mandado de volta à casa paterna.
Em Paris François se tornou amante de Susanne de Livry, a quem dedicou versos e poemas cômicos. Em 1715 escreveu a peça "Édipo" e o poema "Henríada", um épico sobre Henrique 4o. Graças à sua imprudência e às suas anedotas que falavam sobre conspirações, acabou preso na Bastilha, onde adotou o nome de Voltaire.
Depois de quase um ano, foi libertado. Após uma briga com o duque de Sully, cavaleiro de Rohden foi obrigado a exilar-se por três anos na Inglaterra. Em Londres conheceu os poetas Young e Pope, o escritor Swift e o filósofo Berkeley. A liberdade de expressão, a tolerância religiosa e a filosofia inglesa o agradaram. Estudou a obra de Newton e, em 1734, propagou suas idéias na França com as "Cartas Filosóficas".
Aos 40 anos, Voltaire se apaixonou pela marquesa de Châtelet, Emile de Bretiul, de 28 anos. No castelo de Cyrei, os dois passaram os dias estudando física, metafísica, história. Lá Voltaire escreveu novelas irônicas e bem humoradas: "Alzire", "Mérope", "O Filho Pródigo", "Maomé", "O Mundano", "O Ingênuo" e "Cândido".
Aos poucos, Voltaire retomou os contatos com a França e virou historiógrafo real. Ele e a marquesa foram para Paris onde em 1746 foi eleito a Academia Francesa. Após a morte da marquesa em 1749, Voltaire aceitou o convite de seu amigo, Frederico 2o da Prússia, para ser seu professor de francês.
Tudo ia bem até que Voltaire publicou um panfleto atacando Malpertuis, protegido do rei e presidente da academia de Berlim. Fugindo da raiva real, estabeleceu-se em Genebra onde terminou suas maiores obras históricas: "Um Ensaio sobre o Costume e o Espírito das Nações e sobre os Principais Fatos da História, de Carlos Magno a Luís 13"; e "A Era de Luís 14".
Quando saiu de Genebra, Voltaire foi para Ferney. Publicou seu "Dicionário Filosófico" em 1764, com idéias revolucionárias, com críticas ao Estado e a religião. No entanto, Voltaire não era propriamente um gênio da filosofia e sim um homem de espírito, um agitador cultural, um divulgador de idéias, que expandiu o questionamento filosófico para além dos muros das universidades, principalmente através da literatura de ficção, com seus contos filosóficos.

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SUBTEMA F.3. A CULTURA E O ILUMINISMO EM PORTUGAL FACE À EUROPA: ROUSSEAU

JEAN -JACQUES ROUSSEAU
Jean-Jacques Rousseau
Jean Jacques Rousseau nasceu já órfão de mãe, pois a mesma morreu durante o processo de parto, não chegando sequer a conhece-lo, foi educado pelo pai, um simples relojoeiro, até completar 10 anos de idade.
Em 1722 o menino Rosseau dá de cara com a morte novamente, desta vez perdeu seu pai.
Em sua adolescência estudou em uma escola religiosa na qual era obrigado a seguir as rígidas regras da instituição.
Foi um bom aluno, estudou muito e desenvolveu o gosto pela leitura e pela música.
Na passagem da adolescência para a fase adulta mudou-se para Paris e iniciou seu relacionamento com a flor da elite intelectual da cidade.
Nesta época recebeu o convite de Diderot para redigir alguns apontamentos para a Enciclopédia – Alguns escritores pertencentes à Antiguidade, como por exemplo, Aristóteles, tentaram escrever sobre todos os campos de conhecimento pesquisados até então, foi uma das primeiras a existir e a ser publicada na França do século XVIII – caberia a Rosseau anotar os apontamentos, seus devidos significados e exemplos.
Em 1762 Rosseau passou a ser acuado na França por conta de suas obras que passaram a ser vistas como uma injúria às tradições morais e religiosas. A solução encontrada foi abrigar-se na cidade de Neuchâtel, na Suíça até a poeira abaixar.
No ano de 1765 decidiu se mudar para a Inglaterra aceitando o chamado do filósofo David Hume.
No ano de 1767 retornou à França e conheceu Thérèse Levasseur, com quem veio a se casar.
Suas obras versavam sobre vários temas, que abrangiam desde investigações políticas, romances, até análises na área da educação, religião e literatura.
“Do Contrato Social” foi considerada sua obra-prima, nela Jean sustenta a opinião de que os indivíduos nascem bons, quem os modifica é a sociedade, que os levam para o caminho do mal. Do mesmo modo finca o pé ao dizer que a sociedade atua como um acordo social, através do qual as pessoas, que vivem em sociedade, outorgam algumas prerrogativas ao Estado desde que este lhes conceda em contrapartida amparo e organização.
Rousseau é considerado o filósofo do iluminismo – idéia que resume várias doutrinas filosóficas, elos intelectuais e atitudes religiosas – e predecessor do romantismo do século XIX. Em sua obra “Discours sur l’origine et les fondements de l’inégalité parmi les hommes”, publicada no ano de 1755, ele descreve uma hipótese para o estado natural do homem, sugerindo que, apesar das diferenças determinadas pela natureza, houve um determinado momento em que os homens agiam como iguais sim: conviviam separadamente uns dos outros e não eram dependentes de ninguém; fugiam uns dos outros como se fossem bichos bravios prestes a atacar sua própria espécie.
Com relação à educação Rousseau acreditava na amabilidade produzida pela natureza, para ele se a afabilidade fosse incitada, a benevolência espontânea da pessoa podia ser preservada da influência corrompida do meio em que vivemos.
Por conseguinte, a educação admitia dois semblantes diversos: a expansão gradual das habilidades próprias da criança e o seu distanciamento dos achaques sociais. O educador deve ensinar o aluno levando em conta suas capacidades maturais.
Para Rousseau a principal característica que não pode faltar em um catedrático é a sua capacidade de educar o aluno para transformá-lo em um homem de bem.
Levando em conta esse ponto de vista de Rousseau o aluno só estaria apto a fazer parte da sociedade quando se tornasse clara sua disposição natural para a convivência com as outras pessoas, fato este que só ocorreria, segundo Rosseuau, durante a sua adolescência, quando então já estaria apto a julgar e já pode compreender o que é ser um indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado.
Obras principais:
- Discurso Sobre as Ciências e as Artes
- Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens
- Do Contrato Social
- Emílio, ou da Educação
- Os Devaneios de um Caminhante Solitário

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SUBTEMA F.3. A CULTURA E O ILUMINISMO EM PORTUGAL FACE À EUROPA: MONTESQUIEU


MONTESQUIEU

Charles-Louis de Secondat, barão de Montesquieu
Escritor e filósofo francês, célebre pela sua teoria da separação dos poderes.
Nasceu no Palacete de la Brède, perto de Bordéus, em 18 de Janeiro de 1689 ;
morreu em Paris, em 10 de Fevereiro de 1755.
Filho de um oficial da guarda do rei de França, neto e sobrinho de um Presidente do Parlamento de Bordéus, ficou órfão de mãe aos 11 anos de idade. O seu ensino básico foi entregue aos Oratorianos do colégio de Juilly, localidade situada a nordeste de Paris, que frequentou em companhia de dois primos, e onde lhe foi ministrada uma educação clássica.
Regressado a Bordéus, em 1705, realizou os estudos jurídicos necessários à sua entrada no Parlamento de Bordéus, para poder herdar o título e as importantes funções do tio. A admissão como conselheiro deu-se em 1708. Após a conclusão destas formalidades regressou a Paris, onde concluiu os seus estudos jurídicos e onde frequentou assiduamente a Academia das Ciências e das Letras. Regressou a Bordéus em 1713 devido à morte do Pai. Em 1715, casou com uma calvinista francesa, o que lhe assegurou um valioso dote. No ano seguinte o tio morreu tornando-se barão de Montesquieu e presidente no Parlamento de Bordéus.
Em 1721 publicou as Cartas Persas, obra que lhe granjeou um enorme sucesso, e onde, aproveitando o gosto da época pelas coisas orientais, analisou de uma maneira satírica as instituições, usos e costumes da sociedade francesa e europeia, criticando veementemente a religião católica, naquela que foi a primeira grande crítica à igreja no século XVIII. Muitas das afirmações de Montesquieu serão «confirmadas» por Edward Gibbon, quando este autor inglês publicou o Decline and Fall of the Roman Empire, em que defendeu que a queda do império se deveu ao predomínio da igreja cristã no Império romano, a partir de Constantino.
Em 1726 renunciou ao seu cargo no Parlamento de Bordéus, vendeu-o e foi viver para Paris, preparando-se para entrar na Academia Francesa. Aceite em 1728, viajou logo a seguir pela Europa, realizando assim o seu Grand Tour, a tradicional viagem educativa dos intelectuais europeus do século VIII. Regressou a França, mas foi para Inglaterra, onde permanecerá durante dezoito meses.
Em 1731, após uma ausência de três anos, regressou a Bordéus, para a sua família e os seus negócios, assim como para as vinhas e os campos agrícolas à volta do seu Palacete de Brède. Voltará frequentemente a Paris, onde teve contactos ocasionais com os célebres salons, mas sem se ligar muito com o grupo de intelectuais que os animava.
O seu grande objectivo passou a ser completar aquela que será a sua grande obra - O Espírito das Leis. Preenchendo uma etapa intermédia, escreveu e publicou em 1734 a Causa da Grandeza dos Romanos e da sua decadência, que não é mais do que um capítulo de apresentação do Espírito.
O Espírito das Leis foi publicado em 1748, em dois volumes, em Genebra, para evitar a censura, tornando-se um imenso sucesso, que a sua colocação no Index romano não beliscou. A sua preocupação foi ultrapassar as posições dos filósofos e utópicos que apresentavam as suas teorias em abstracto e sem nenhuma consideração pelas determinantes espaciais e temporais.
Os tempos que se seguiram estiveram longe de serem sossegados, sendo as suas teorias atacadas tanto pelos jansenistas como pelos católicos ortodoxos, como os jesuítas, mas também pela Universidade de Paris, a célebre Sorbonne. Defendeu-se das críticas publicando em 1755 a Defesa do Espírito das Leis. Entretanto ia perdendo a visão.
Morreu em 1755, quase cego, tendo recebido os últimos sacramentos das mãos de um padre católico.

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